Cristina Branco – Porque me olhas asim (Ulisses. 2005)
Diz-me agora o teu nome
Se já te dissemos que sim
Pelo olhar que demora
Porque me olhas assim
Porque me rondas assim
Toda a luz da avenida
Se desdobra em paixí£o
Magias de druída
P’lo teu toque de mí£o
Soam ventos amenos
P’los mares morenos
Do meu coraí§í£o
Espelhando as vitrinas
Da cidade sem fim
Tu surgiste divina
Porque me abeiras assim
Porque me tocas assim
E trocámos pendentes
Velhas palavras tontas
Com sotaques diferentes
Nossa prosa está pronta
Dobrando esquinas e gretas
P’lo caminho das letras
Que tudo o resto ní£o conta
E lá fomos audazes
Por passeios tardios
Vadiando o asfalto
Cruzando outras pontes
De mares que sí£o rios
E num bar fora de horas
Se eu chorar perdoa
í“ meu bem é que eu canto
Por dentro sonhando
Que estou em Lisboa
Diz-me tu entí£o que sou teu
Que tu és tudo p’ra mim
Que me píµes no apogeu
Porque me abraí§as assim
Porque me beijas assim
Por esta noite adiante
Se tu me pedes enfim
Num céu de anúncios brilhantes
Vamos casar em Berlim
í€ luz ví£ dos faróis
Sí£o de seda os lení§óis
Porque me amas assim
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¿Por qué será que el fado sabe cómo me siento en días así…?